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Usina de biogás a partir do lixo pode ser instalada em Limoeiro do Norte

O “consórcio do lixo” existe há dois anos e meio, mas ainda não houve nenhuma ação concreta


Se houvesse seleção do material em casa e
coleta seletiva pública esta mulher não precisaria
passar o dia catando material no lixão de Limoeiro.
 Foto: Melquíades Júnior
O município de Limoeiro do Norte poderá instalar usina de biogás a partir do chorume produzido pelo lixo. A ideia tem sido estudada pelo prefeito João Dilmar, que é presidente do Consórcio Intermunicipal para Aterro de Resíduos Sólidos (Comares), com 11 municípios. Ganhou fôlego após reunião na Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), em Fortaleza, com os prefeitos de Cascavel e Pacatuba (que já tem aterro). Os gestores assistiram palestra do professor José Ésio dos Santos e de Nuno Sarrico Lemos, da EtaBraz. Eles apresentaram modelos de sistemas integrados de gestão os resíduos sólidos praticados na Alemanha e em Portugal, que podem ser adequados aos municípios cearenses.
Depois de uma visita a uma usina de reciclagem e produção de energia na Alemanha, João Dilmar acredita que encontrou a solução ambiental para o atual lixão. Seria exatamente o modelo apresentado pelos dois palestrantes na Semace. A intenção é que seja construído um aterro, uma usina de reciclagem, e um laboratório em Limoeiro (em área de acesso a outros municípios) para que do chorume (líquido produzido pelo lixo) sejam produzidos biogás e adubos orgânicos.
EXISTEM, no Ceará, nada menos que 288 lixões. Mas o consórcio intermunicipal do lixo existe há dois anos e meio, sem que, até agora, nenhuma ação concreta tenha sido feita.
MAS NÃO FOI POR FALTA DE RECURSOS que a situação no lixão de Limoeiro perdura há décadas. Em 2009 o Tribunal de Contas da União julgou e condenou o ex-prefeito José de Oliveira Bandeira, conhecido por “Careca”, a devolver aos cofres públicos R$ 421 mil recebidos mas não usados na instalação de um aterro sanitário no Município. O ex-prefeito foi condenado por não prestar conta das verbas repassadas pela União. José de Oliveira faleceu no ano passado.
EM JULHO DESTE ANO, catadores de material reciclável de vários municípios realizaram uma marcha, em Limoeiro, para pedir a construção de um aterro sanitário, bem como orientar que os moradores façam a coleta seletiva em casa, assim os catadores não teriam que buscar esse material nos lixões, onde estão sujeitos a uma série de riscos.


Repórter: Melquíades Júnior
Fonte: Blog Diário Vale do Jaguaribe